Segundo fontes próximas à cúpula da Polícia Federal, é aguardada uma saída em massa de diretores do órgão que eram considerados os principais auxiliares de Mauricio Valeixo, por sua vez um dos principais homem de confiança de Sergio Moro. A expectativa é que a troca de diretores, inclusive de departamentos essenciais como o de combate ao crime organizado, seja decidida nos próximos dias.
Com a saída de Sérgio Moro, a previsão é que as demissões aconteçam em cascata. Para interlocutores próximos ao ministro, a continuidade de Moro no cargo ficou insustentável com a indicação de um nome ligado a Jair Bolsonaro para o posto de diretor-geral da Polícia Federal. A indicação, segundo essas fontes, teria que partir do Ministro da Justiça, que comanda a pasta, e não do presidente.
Para piorar, os principais nomes aventados até o momento têm ligação com Bolsonaro, o que poderia configurar um conflito de interesse. Além disso, Moro correria o risco de se tornar um mero “cone” no Ministério da Justiça, com o diretor-geral da PF se reportando diretamente para o Palácio do Planalto.
Comenta-se nos bastidores que Anderson Gustavo Torres, atual secretário de segurança pública do Distrito Federal, até o momento o preferido de Bolsonaro para ser o novo diretor-geral da PF, é amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (DEM-SP) e conta com a boa vontade do próprio presidente. Na PF, Torres é visto como um delegado de perfil político, e não técnico. Alexandre Ramagen, diretor-geral da Agência Nacional de Inteligência (Abin), também não conta com a aprovação geral da PF.
O único nome a contar com um pouco mais de aprovação dos integrantes do Ministério da Justiça é o de Fabio Bordignon, diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Agora, a sorte está lançada.