Saiba como surgiu e quais brunches em São Paulo você tem que experimentar
A gastronomia tem suas fases. Nos últimos tempos, impulsionada pelas redes sociais, várias comidas já fizeram a cabeça de muita gente, como as paletas mexicanas, os food trucks variados e os bubble teas.
Enquanto algumas receitas sobrevivem firmes e fortes, e outras caem no esquecimento, sempre há food trends que bombam nas redes sociais.
Esse é o caso do brunch, o híbrido de café da manhã e almoço que tem uma história centenária na América do Norte, mas que ainda é novidade para muitos brasileiros.
Veja a seguir tudo o que você deve saber sobre essa refeição incrível!
Origem do brunch
Assim como a maioria das tradições culinárias, é difícil saber como ou quando o brunch foi criado.
Alguns historiadores afirmam que a refeição nasceu na Inglaterra, nos dias em que os caçadores comiam cafés da manhã generosos antes de ir atrás de suas presas.
Também há quem diga que o brunch de domingo surgiu com os católicos, que quebravam um longo jejum após as missas dominicais com uma grande refeição.
Mesmo que a origem seja incerta, há alguns momentos históricos que marcaram a trajetória do brunch.
1895
A palavra brunch é derivada de breakfast (café da manhã) e lunch (almoço). Ao que tudo indica, o termo foi utilizado pela primeira vez na edição de 1895 da revista britânica Hunter’s Weekly, no artigo “Brunch: A Plea”.
Guy Beringer, o autor do texto, defende a ideia de um café da manhã tardio aos domingos e sugere que bebidas alcoólicas façam parte do menu.
Um ano depois, a palavra foi publicada nos Estados Unidos pela primeira vez no artigo “The Newest Thing in Lunches”, no periódico New Oxford News and Notes for Women.
1920
Nos EUA, o brunch chegou como um costume elitizado servido em hotéis de luxo.
Embora não se tenha muitos registros de como era a refeição nessa época, sabe-se que Emily Post, escritora e especialista em etiqueta, adorava ovos, ostras e caviar em seu brunch.
1930
Em plena Era de Ouro do cinema norte-americano, os artistas faziam longas viagens de trem que partiam de Hollywood e tinham destino para vários estados país afora. Supostamente, costumavam fazer paradas em Chicago para encher a barriga no final da manhã.
Na década de 1930, como as pessoas passavam grande parte do dia na igreja, os restaurantes não costumavam abrir aos domingos. Assim, os hotéis eram as alternativas para quem quisesse comer fora.
Ao mesmo tempo, o brunch passou a ser abraçado pela classe média, atraída pela facilidade e preços baixos dos ingredientes. Fatias de bacon, donuts, bagels, café e suco de laranja eram os itens preferidos.
1940
A praticidade e economia do brunch atraiu um público muito maior. Nos anos 1940, todo o território dos Estados Unidos já era adepto da refeição e até mesmo livros culinários temáticos começaram a ser publicados.
1950
Após a Segunda Guerra Mundial, as pessoas não iam mais tanto para a igreja e preferiam passar os domingos em casa.
Comidas pré-prontas começaram a aparecer nas prateleiras dos supermercados, como mistura para panqueca, café instantâneo, suco industrializado, etc. Isso democratizou ainda mais o brunch.
1980
Em 1985, Carl Degler, professor da Universidade de Stanford, publicou um artigo no jornal Chicago Tribune sobre a ascensão do brunch na cultura norte-americana.
“Os domingos se tornaram importantes porque eram o único momento em que as famílias podiam compartilhar uma refeição durante a semana, em meio à urbanização e industrialização de 150 anos atrás”, dizia o texto.
Ele também citou as mudanças sociais e comportamentais causadas pela Segunda Guerra Mundial que podem ter influenciado o crescimento do brunch, como o fato de que as mulheres tiveram que trabalhar enquanto os maridos estavam nas linhas de batalha.
“Mulheres casadas também precisavam de um alívio […], por isso o aumento da popularidade de sair para comer um brunch aos domingos”, afirmou Degler.
1990
Época em que o brunch se tornou mais popular em restaurantes do que em casa, os estabelecimentos começaram a oferecer a refeição também aos sábados.
2000
Assim como a própria criação, é difícil dizer quando o brunch saiu da América do Norte e do Reino Unido e se espalhou pelo mundo.
Estima-se que isso aconteceu em algum momento no começo dos anos 2000, com o crescimento da imigração, globalização e comunicação em massa.
Por mais que o brunch tenha seus ingredientes clássicos, cada cultura faz suas próprias adaptações. Na versão chinesa, por exemplo, é comum que a refeição tenha chá de ervas e dim sum, pequenos pratos que podem incluir rolinhos primavera ou jiaozi (gyoza chinês).
No Brasil, pão com manteiga, tapioca, pão de queijo, bolo de fubá, entre outras delícias, fazem parte da experiência.
Brunches em São Paulo
Como a maior capital gastronômica do país, São Paulo é a terra do brunch em terras brasileiras. Vários restaurantes oferecem opções deliciosas da tendência culinária do momento.
Confira a seguir:
Sunday Brunch – Grand Hyatt São Paulo
Experimente: panquecas e waffles com maple syrup, ovos pochê e beneditino, frutos-do-mar, carnes, sobremesas variadas, espumante e vinhos.
Endereço: Av. das Nações Unidas, 13301 – Itaim Bibi
Padoca do Maní
Experimente: Café Padoca (ovos mexidos com queijo, salada de frutas com iogurte e granola, cesta de pães, manteiga, geleia, requeijão, suco de laranja e média)
Endereço: R. Joaquim Antunes, 210 – Jd. Paulistano
Botanikafé (Pinheiros)
Experimente: Ozzy Breaky (pão levain, ovos com cebolete, salmão curado, espinafre, mix de cogumelos e coalhada com páprica)
Endereço: R. Padre Garcia Velho, 56 – Pinheiros
MUGsp – Casarão Braúna
Experimente: Brunch for 2 (frutas frescas sazonais, seleção de charcutaria, ovos com gema mole, geléia artesanal, manteiga com flor de sal, pães de fermentação natural, queijos, espresso, macchiato, cappuccino, latte, suco de laranja)
Endereço: R. Pamplona, 145 – Bela Vista