Nos dias 5 e 6 de novembro, a Fundação Hermínio Ometto (FHO) realizou a 9ª edição do Simpósio Sankofa, evento institucional organizado por professores e alunos do curso de Pedagogia com o objetivo de relembrar a história de resistência da população afro-brasileira e propor reflexões e ações contra o racismo. Com o tema “Enegrecer: valorização das culturas africanas e afro-brasileiras”, o simpósio reuniu cerca de 190 participantes em atividades presenciais e online.
A cerimônia de abertura, realizada no Auditório do Prédio Central, contou com a participação do Reitor da FHO, Prof. Dr. José Antonio Mendes; do Pró-reitor de Graduação, Prof. Dr. Olavo Raymundo Jr.; e da Coordenadora de Comunidade e Extensão, Profª Ma. Cristina da Cruz Franchini, e foi seguida por uma palavra dos professores Ma. Renata Luigia Cresto Garcia e Dr. Danilo de Souza Morais e por oficinas culturais e apresentações artísticas de alunos da ETEC de Pirassununga.
Em seu discurso, Prof. Dr. Mendes destacou a importância do Sankofa como parte da cultura institucional da FHO: “Como o próprio nome do evento diz, este momento nos incentiva a olhar o passado e a seguir adiante modernizando e trazendo a valorização das culturas africanas e afro-brasileiras para a nossa realidade. Não dá mais para viver sem mencionar e conversar sobre isso dentro de uma instituição de ensino superior. Esse espaço é sagrado. E o Sankofa permite isso. Um momento riquíssimo, que irá ajudar muito na vida pessoal e profissional de todos vocês”.
O Prof. Dr. Olavo também ressaltou o papel transformador do evento na formação pedagógica: “O aprendizado que vocês vão desenvolver durante este evento vai contribuir diretamente para a prática pedagógica que irão praticar no dia a dia. Como futuros professores, entendam que seu papel vai muito além de ensinar – vocês serão um espelho para os seus alunos”.
A coordenadora do curso de Pedagogia, Profª Dra. Aneridis Aparecida Monteiro enfatizou o compromisso da FHO com a educação antirracista: “Nosso curso tem um compromisso muito sério com a formação de professores, com a edução antiracista e com a construção de uma nação democrática, inclusiva e justa, atenta ao reconhecimento e a valorização da diversidade. Portanto, somos contrários a qualquer tipo de discriminação. Para nós, a educação é um caminho essencial para essa conquista e continuaremos a lutar por isso”.
Oficinas promovem educação e inclusão
O primeiro dia do evento incluiu duas oficinas culturais. A oficina “Valorização da Cultura Afrodescendente” teve como objetivo destacar a importância da cultura afro-brasileira, frequentemente invisibilizada, e promover o respeito e a inclusão nas escolas. Inspirada em figuras influentes como Nelson Mandela e Gilberto Gil, a iniciativa, liderada pelo aluno Ângelo Gabriel e apoiada por outros estudantes, incluiu atividades que exploram a música, culinária, história e religião afrodescendentes, incentivando a valorização desta rica herança cultural e contribuindo para uma sociedade mais igualitária e inclusiva.
Já a oficina “Brincadeiras Africanas e a Valorização Cultural,” organizada pelo professor da FHO Marcelo Fadori Soares Palhares com a turma do 1º ano de Pedagogia, proporcionou aos participantes uma experiência com jogos, danças e brincadeiras de matriz africana. A atividade teve como objetivo valorizar essas culturas, promovendo o entendimento e respeito pelas tradições e práticas culturais, integrando educação e cultura de forma lúdica e significativa.
Palestra debateu a trajetória afro-brasileira
No segundo dia, o evento ocorreu de forma online com a palestra “A trajetória afro-brasileira: da cultura ao trabalho”, ministrada pelo professor Haroldo Cattai de Milhã. Professor de história e de formação continuada pela Secretaria Municipal de Educação de Araras, Haroldo abordou a história afro-brasileira desde o Brasil Colônia até às especificidades do nosso estado e região, problematizando temas como o mito da abolição pacífica e o racismo científico, e apresentou dados atuais sobre discriminação racial, trazendo luz aos desafios ainda enfrentados no país.