A construção da nova ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) chegou à fase de revestimento da lagoa de aeração, com a implantação de manta geotêxtil que vai impermeabilizar o solo e protege-lo de eventuais contaminações. O serviço começou esta semana e vai envolver as duas áreas da lagoa, que integram o tratamento aeróbico dos efluentes.
As obras, previstas para serem concluídas no segundo semestre de 2020, vão possibilitar que a cidade volte a tratar o esgoto, o que não acontece desde 2015. Esse é um assunto tratado como prioridade pela Prefeitura de Araras, que está empenhada em resolver o problema e garantir a preservação do meio ambiente.
Além da implantação da manta geotêxtil, equipes da Construtora Augusto Velloso, vencedora da licitação e responsável pelo serviço, trabalham atualmente na remoção do lodo e no estaqueamento dos decantadores, que vão receber o material em fase posterior ao tratamento recebido na lagoa de aeração.
“É inadmissível uma cidade como Araras não tratar seu esgoto. Para mim, esse é um dos problemas mais graves do município. E não é de hoje que venho trabalhando para resolver isso”, comentou o prefeito Junior Franco.
Reverter essa situação era uma das principais preocupações dele, desde a época em que assumiu a presidência do Saema, em 2017. Foi na gestão de Junior na autarquia que várias pendências envolvendo a obra foram resolvidas e o projeto definitivo sobre o local foi apresentado à Caixa Econômica Federal.
“Batalhamos para resolver os entraves que envolviam a obra e colocá-la, definitivamente, em andamento. É uma questão de respeito ao meio ambiente e também à população”, completou o prefeito.
A nova ETE começou a ser construída no final do ano passado e tem previsão de entrega em 2020. Complexa e realizada em etapas, a obra atende às exigências da legislação ambiental e conta com a supervisão de técnicos do Saema (Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras).
O projeto apresentado pela autarquia e aprovado pelo Governo Federal prevê a utilização do processo de lodo ativado para solucionar de uma vez por todas o impasse envolvendo o tratamento dos efluentes, que se agravou em 2015, quando um dos reatores da antiga ETE, construída na década de 1990, desmoronou e o local foi interditado.
Desde então, a cidade deixou definitivamente de fazer o serviço e passou a despejar todo material coletado diretamente no Ribeirão de Araras, um dos afluentes do Rio Mogi Guaçu.
Como vai funcionar a nova ETE
O Saema já possui um sistema que coleta 100% do esgoto doméstico de Araras e essa tubulação leva todo o material até a Estação de Tratamento. Quando a nova ETE estiver em funcionamento, todo o esgoto irá direto ao sistema de pré-tratamento, onde passa por estruturas que permitem a remoção das partículas mais pesadas.
Em seguida, o material passa pela lagoa de aeração para receber tratamento com bactérias aeróbicas (com oxigenação) e, de lá, segue para os decantadores, onde acontece a separação do lodo (material orgânico) da água.
A água ainda passa por um processo de desinfecção antes de ser devolvida, já tratada, para os rios. “Estamos acompanhando todas as etapas da construção da nova ETE e trabalhando para que ela seja entregue no ano que vem”, acrescentou o vice-prefeito e presidente do Saema, Carleto Denardi.
O processo de tratamento chamado de lodo ativado, com aeração prolongada, compreende – além da lagoa de aeração e do pré-tratamento – estruturas como decantadores, medidor de vazão, tratamento de lodo com leito de secagem de lodo e desinfecção de efluentes.
A 1ª etapa da nova ETE terá capacidade de tratar 100% do esgoto doméstico, com 70% de eficiência. Em uma segunda etapa, a ETE chegará a 95% de eficiência de tratamento do esgoto produzido na cidade.
O valor da etapa inicial é R$ 23.684.572,54, dos quais R$ 21.302.155,70 são recursos federais oriundos do PAC 2 e envolvem o contrato assinado com a construtora Augusto Velloso, e os outros R$ 2.382.416,84, a contrapartida do Saema. A ordem de serviço foi assinada em dezembro do ano passado e a obra tem prazo de 24 meses para ser concluída. Já a 2ª etapa tem valor estimado de R$ 8,7 milhões e está em negociação com a Caixa para possível financiamento.
O Saema reforça que a nova Estação de Tratamento de Esgoto não vai emanar odores, exceto se houver a necessidade de parada no sistema para eventual serviço de manutenção.
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