Um estudo realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (CEPE) da Fundação Hermínio Ometto (FHO) analisou a percepção dos consumidores nos meses de março e abril de 2022. O Projeto Confiança do Consumidor, de responsabilidade do aluno Eduardo Feleto, coletou os dados primários sobre a percepção de 282 consumidores do município de Araras e região.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresentou resultado de 109,3 pontos, indicando que a expectativa do consumidor para o município e a região se situa em uma área moderada. O índice compreende resultados de zero (0), que indica pessimismo máximo a duzentos (200) que indica o máximo de otimismo possível.
O índice avalia a sensibilidade do consumidor através de alguns questionamentos que abrangem: a percepção sobre a situação econômica atual e futura da cidade; a situação financeira atual e futura da família; e a perspectiva sobre a realização de compras de bens no futuro próximo.
Na última análise realizada pelo CEPE, que compreendeu os meses de setembro a outubro de 2021, o ICC apresentado foi de 119,3 pontos, o que também indicava uma área de moderação. Desse modo, verifica-se que houve uma redução do índice em dez pontos, sinalizando o possível impacto da inflação, principalmente no acumulado de 12 meses que foi o maior desde 1994, segundo o IBGE.
Embora a região estivesse com um certo grau de otimismo com a retomada das atividades econômicas, fatores como a instabilidade política e econômica podem ter contribuído para que o ICC tivesse uma redução. Em relação à situação econômica, a maioria dos entrevistados considera a atual conjuntura da cidade em momento ruim. Ainda assim, notou-se uma melhora nessa sensação em relação aos resultados de outubro do ano passado. Vale ressaltar que as perspectivas são positivas e mais consumidores acreditam que a economia deve melhorar nos próximos seis meses.
Quando questionados sobre a situação de emprego constatou-se que, em geral, os entrevistados consideram difícil/muito difícil a obtenção de um novo trabalho atualmente, índice que obteve uma diminuição relativa ao ICC de outubro. Contudo, observa-se otimismo em relação à possibilidade de obtenção de emprego nos próximos seis meses.
Em relação ao consumo de bens duráveis, percebe-se que existe uma evolução em relação a outubro. Porém, há uma diminuição na proporção de entrevistados que pretendem comprar um automóvel ou um imóvel em comparação com os resultados de outubro de 2021.
Ainda, a pesquisa identificou que a maioria dos entrevistados não têm a intenção de viajar. Entre os que têm, existe uma preferência para destinos nacionais como o Nordeste, em viagens acompanhadas com o cônjuge.
O discente responsável pelas análises da confiança do consumidor aponta que a queda do ICC em relação à última pesquisa foi devido ao processo inflacionário. A coordenadora do CEPE/FHO, Profª Ma. Beatriz Rezzieri Marchezini, corrobora com o argumento, uma vez que a inflação diminui o poder aquisitivo das famílias nas suas decisões sobre bens de consumo, viagens, etc. “Com a retomada das atividades econômicas que teve início no ano passado, esperava-se de fato um aumento da confiança do consumidor. No entanto, no atual cenário o consumidor começa a sentir os efeitos econômicos consequentes de pandemia”, afirmou a Profª Beatriz.
