Jornalista apresenta o Arena SBT, toda segunda-feira, e é a voz dos jogos da UEFA Champions League e da Conmebol Sul-Americana na emissora.
Cleber Machado, uma das vozes mais famosas da narração esportiva brasileira, é o convidado do The Noite desta terça-feira, 2 de abril. O apresentador do Arena SBT e narrador dos jogos da UEFA Champions League e da Conmebol Sul-Americana na emissora relembra com Danilo Gentili momentos marcantes de sua carreira, narrações que ficaram na sua memória e na dos torcedores, além de diversas histórias de coberturas e bastidores.
Cleber Machado, iniciou sua carreira como estagiário de radioescuta na Rádio Tupi. “Comecei a trabalhar em 1979, tinha 17 anos. Em 1982, tive a primeira experiência com reportagem esportiva na Rádio Globo, mas sem sair do que eu fazia na editoria artística. Em 1986, começo a trabalhar só com esporte na Gazeta”, conta, antes de falar sobre suas referências na profissão.
“Sempre gostei muito de esporte, ouvia rádio. Os primeiros contatos são com os narradores de rádio mais antigos… Na televisão, para mim, da nossa geração, o Galvão (Bueno), o Silvio Luiz e o Luciano do Valle são os três que fizeram, cada um do seu jeito, mais ou menos uma mixagem do que fazemos hoje. A descontração do Silvio, a precisão e a técnica do Galvão e a vibração do Luciano. Agora, se for escolher um só como fenômeno, é o Osmar Santos. No rádio, especialmente. Na TV, acho que seria, dentro de um estilo diferente de transmitir futebol. No rádio, mais do que transmitir, foi um comunicador que passou completamente dos limites”, ressalta.
Durante a conversa, Cleber recorda narrações marcantes, como “Olha o Romarinho”, “Se o Prass fizer o Palmeiras é campeão” e o “Hoje, não! Hoje, sim!” e o impacto que elas causam nos telespectadores.
“São coisas que, às vezes, a gente não imagina. Para mim, quem assiste ao jogo de futebol, iria lembrar do resultado, da conquista do time. Aí você começa a ouvir eles falando das suas narrações e se pergunta: ‘Será que isso tem alguma importância?’. O Fernando Prass que me convenceu que tinha quando disse que um torcedor do Palmeiras mandou para ele uma foto de uma tatuagem escrita: ‘Se o Prass fizer o Palmeiras é campeão’. Aí eu falei: ‘Se tem 60 mil pessoas no estádio, tem milhares assistindo ao jogo, então vai marcar, para o bem ou mal’. Isso é legal, é bacana”, afirma.
Questionado se é difícil esconder a emoção nas narrações, Cleber Machado garante. “Poucos acreditam, mas chega um momento que não tem essa. Para eu torcer, eu fico em casa. Lá estou trabalhando. Então, para mim não é complicado. Sei que mais importante que time A ou B, é uma transmissão, um jogo e um resultado legal”.
“O que me toca, são algumas situações de vitória ou derrota que envolve, de alguma maneira, a gente… Por exemplo, transmiti a Maurren Maggi ganhando a medalha de ouro olímpica. Legal pra caramba. Aí na hora que o repórter entrevistou a filha e ela diz que queria a medalha de prata porque é mais bonita, dá vontade de chorar, porque é tão bonitinha, espontânea”, acrescenta aos risos.
A gargalhada também aparece em outros momentos do bate-papo do narrador com Danilo Gentili, como quando fala da luta em que Mike Tyson mordeu a orelha do Holyfield e as conversas nos bastidores da Globo quando o SBT patrocinou o Vasco na final da Copa João Havelange, contra o São Caetano, em 2000: “Foi curioso, uma grande sacada”, diz.
Além das narrações esportivas, Cleber Machado cita as vezes em que transmitiu o carnaval na TV Globo. Sua estreia narrando os desfiles no Rio de Janeiro, inclusive, foi reprisada no SBT neste ano para relembrar a homenagem que Silvio Santos recebeu da escola de samba Tradição, em 2001, e rendeu mais uma história engraçada.
“Recebi mensagens dizendo que estava narrando o carnaval no SBT. Tomei um susto e falei: ‘Se estou narrando carnaval no SBT, estou atrasado porque eu não fui’ (risos). Era o horário do SBT Brasil e foi a semana do aniversário do Grupo Silvio Santos. Comecei a ver com a minha mulher e respondi para as pessoas: ‘Isso é reportagem do jornal por causa do aniversário’. Aí veio a comissão de frente, abre-alas. Quando entrou a ficha técnica e a Glória Maria dizendo: ‘A Tradição está desfilando com 4.8 mil componentes, oito carros alegóricos’. Falei: ‘Acho que não é reportagem’”, finaliza.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h30.