Mais uma etapa da construção da nova ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) está prestes a ser concluída. A lagoa de aeração que integra o novo sistema em implantação para tratar o esgoto de Araras está recebendo os últimos ajustes e será finalizada em breve. É nela que será feito o tratamento biológico dos efluentes, com a utilização de bactérias aeróbicas.
Apresentado pelo Saema (Serviço Municipal de Água e Esgoto do Município de Araras) e aprovado pelo Governo Federal, o projeto total prevê a utilização do processo de lodo ativado, com aeração prolongada, que compreende – além da lagoa de aeração – estruturas como pré-tratamento, decantadores, medidor de vazão, tratamento de lodo com leito de secagem de lodo e desinfecção de efluentes.
A 1ª etapa da obra está prevista para ser concluída até dezembro de 2020 e terá capacidade de tratar 100% do esgoto doméstico, com 70% de eficiência. Em uma segunda etapa, a ETE chegará a 95% de eficiência de tratamento do esgoto produzido na cidade.
A nova ETE vai solucionar um problema antigo de Araras que envolve o tratamento adequado dos efluentes, e que se agravou em 2015, quando um dos reatores do local desmoronou e a cidade deixou definitivamente de fazer o serviço, passando a despejar o material coletado diretamente no Ribeirão de Araras.
Reverter essa situação era uma das principais preocupações do prefeito Junior Franco, desde a época em que ele ainda era presidente do Saema. Foi na gestão dele na autarquia que várias pendências envolvendo a obra, que começou a ser projetada em 2011, após Araras ser contemplada com verbas do PAC 2, foram resolvidas e o projeto definitivo sobre o local foi apresentado à Caixa Econômica Federal, em 2017.
“Não podemos aceitar uma cidade como Araras não tratar seu esgoto. Essa sempre foi uma das minhas principais preocupações quando estava no Saema. Batalhamos para resolver os entraves que envolviam a obra e colocá-la, definitivamente, em andamento. É uma questão de respeito ao meio ambiente e também à população”, completou o prefeito.
Ele participou de visita técnica à ETE na manhã desta quinta-feira (27), acompanhado pelo vice-prefeito e secretário de Governo, Carleto Denardi, pelo presidente do Saema, Ari Osvaldo Fischer Filho, por técnicos e membros do Conselho Deliberativo da autarquia, além de técnicos da empresa Construtora Augusto Velloso S/A, vencedora da licitação e responsável pela obra.
“Essa é uma obra complexa, que está sendo realizada por etapas e é acompanhada por um engenheiro do Saema também”, comentou o presidente da autarquia, Ari Osvaldo Fischer Filho.
Como vai funcionar
A 1ª etapa do projeto da nova ETE está em andamento e compreende a demolição e retirada de entulho, construção de cabines, casa de compressores, duas unidades de decantadores, desinfecção, sistemas elétrico e hidráulico, implantação geral, lagoa de areação, levantamento topográfico, medidor de vazão, melhoria de encosta, pré-tratamento e tratamento de lodo. Já a 2ª etapa consiste na instalação de dois decantadores, leito de secagem de lodo e parte urbanística da obra.
O Saema já dispunha de algumas lagoas artificiais, executadas para o antigo sistema de tratamento. No atual projeto, uma destas lagoas será reutilizada e adaptada para o novo modelo.
Na lagoa de aeração já foi executada a maior parte das obras civis – um muro de divisória de aproximadamente 700 metros quadrados, além do canal de decantação de água, que se encontra 90% concluído. Ela foi a primeira frente de trabalho da obra, tendo como serviços iniciais a remoção e a destinação adequada do lodo contaminado, que estava acumulado durante anos.
No início da obra também ocorreu a supressão da vegetação de algumas áreas, o que está sendo compensada com o plantio de novas árvores em lugares estratégicos. O Saema já adquiriu geradores de energia que funcionarão em conjunto com sopradores de ar que fazem parte do sistema de tratamento da lagoa de aeração.
As frentes de trabalho que correspondem ao medidor de vazão, tratamento de lodo e desinfecção foram locadas por topografia e gabaritadas. Já está em andamento também a compra de materiais, como madeira e ferro, para iniciar a montagem das fôrmas e armações das paredes e lajes de suas construções. A construção das caixas e eletrodutos das instalações elétricas de iluminação da estação inteira também está sendo executada.
O valor total da 1ª etapa da obra é R$ 23.684.572,54, dos quais R$ 21.302.155,70 são recursos federais oriundos do PAC 2 e envolvem o contrato assinado com a construtora Augusto Velloso e os outros R$ 2.382.416,84, a contrapartida do Saema. A ordem de serviço foi assinada em dezembro do ano passado e a obra tem prazo de 24 meses para ser concluída. Já a 2ª etapa tem valor estimado de R$ 8,7 milhões e está em negociação com a Caixa para possível financiamento.
O Saema reforça que a nova Estação de Tratamento de Esgoto não vai emanar odores, exceto se houver a necessidade de parada no sistema para eventual serviço de manutenção.