Fui a CEO das crises, mas não vivi nada parecido, diz Luiza Trajano

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A crise causada pela pendemia de covid-19 é uma realidade. Não há como escapar. A única saída é ter calma e lidar com a situação a partir das medidas do governo.

Essa é a mensagem de Luiza Helena Trajano para lidar com a difícil situação que atravessamos no mundo todo. “Nesse momento, só sinto uma coisa: se não nos unirmos, não conseguiremos passar bem pela crise”, disse a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, que participou de uma videoconferência da série exame.talks, nesta sexta-feira, 3.

Em conversa com os jornalistas Gabriela Ruic e João Pedro Caleiro, Luiza afirmou que costuma brincar dizendo que se considera a “CEO das crises”, por ter vivenciado diversas situações de instabilidade desde que está à frente da empresa. “Sinto que meu papel nesse momento é contribuir com a sociedade e com os pequenos e médios empresários.”

Luiza avalia que as medidas do governo para apoiar as empresas foram bem tomadas. Para ela, o ponto mais importante nesta primeira fase da crise é não gerar desemprego. “As medidas são boas, mas temos de superar a burocracia do país e fazer o impacto chegar à ponta”, disse a empresária. “O autônomo precisa receber os 600 reais o mais rápido possível, senão não tem comida em casa.”

Ela destacou que, por ora, não se deve pensar em déficit público. “Se deixarmos o desemprego crescer e não injetarmos na economia, o resultado será muito pior. O suporte aos autônomos deve chegar logo. #ChegaLogo é o meu mantra agora.”

 

Mudanças na Magazine Luiza

A varejista Magazine Luiza já era conhecida pelos resultados de seu processo de transformação digital. A habilidade ficou ainda mais importante nos tempos de quarentena. Luiza comentou que as lojas físicas viraram pequenos centros de distribuição, onde é possível retirar produtos horas depois da compra. A companhia também desenvolveu um programa para ajudar as pequenas empresas a aderir ao marketplace.

Na série de ações para enfrentar a crise, a organização apostou em dar férias antecipadas a alguns funcionários, além de bônus, como o cheque-mãe, que teve seu valor dobrado. “Cuidar das pessoas é o nosso primeiro pilar. Depois vem a operação da companhia.”

As mudanças devem ficar mais intensas. “É difícil dizer o que vai acontecer, mas temos de entender que o mundo, as empresas e as pessoas não serão mais os mesmos”, disse. “O digital não é uma programação, um software, um hardware. Trata-se de uma mudança de cultura, de simplificação, de estar mais em contato com a ponta.”

Para ela, a crise é um momento para que as empresas comecem a avaliar o que pode ser digitalizado. Luiza prevê que os escritórios não terão mais o tamanho que têm hoje, e que vai se tornar mais necessário ter um local de trabalho em casa.

 

Otimismo

A empresária acredita que, controlando as questões de saúde, o segundo semestre tem tudo para ser um bom momento. “Há uma série de eventos, casamentos, aniversários, que foram adiados para o fim do ano e, além disso, vamos voltar a irrigar a economia”, disse, reforçando a importância de agir.

Durante a conversa com os jornalistas da EXAME, Luiza trouxe à tona uma matéfora que ouviu de Guilherme Benchimol, diretor da XP Investimentos. “Neste momento, quem ajuda é quem empurra o carro enguiçado”, lembrou. “Quem está na estrada esperando, espera à toa. Ninguém vai dar carona.”

A empresária compartilhou momentos de crise que teve de enfrentar, como quando ela se preparou para realizar uma grande venda de aparelhos de microondas, mas, na véspera, deparou-se com anúncios na imprensa informando que o produto gastava muita energia. Na ocasião, o Brasil atravessava uma crise dos sistemas de eletricidade. “Em um dia, mudamos o projeto e apostamos em vender cobertores”, comentou, detalhando que vídeos comerciais tiveram de ser rapidamente refeitos. Como resultado, venderam mais de 20 mil cobertas. “Não adianta chorar pelo leite derramado, a vida nos ensina a adaptar.”

 

Mulheres do Brasil

Luiza também contou a história do grupo Mulheres do Brasil, que ajudou a fundar, há seis anos, com outras empresárias. O coletivo começou com uma série de mulheres que queriam falar sobre diversos temas que tocam o país, de maneira apartidária. Hoje, o projeto une cerca de 40 mil mulheres em 50 cidades de todo o mundo.

O grupo pensa em ações relacionadas a 18 comitês, como igualdade social, ciência e tecnologia, e desenvolve programas de impacto social, como a ampliação do acesso da população carcarária à leitura e a defesa da mulher em situação de violência doméstica.

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