Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), dos campi de Presidente Prudente e Botucatu, fez o mapeamento das rotas de dispersão do novo coronavírus no estado de São Paulo e indicou o que chamaram de “cidades-polo”, locais que apresentam maior risco para propagação da doença e que precisam de estratégias de isolamento social efetivas para a reduzir o número infecções pelo interior do estado.
O estudo concluiu que os centros de maior risco para a propagação do coronavírus no estado são, além da capital paulista, os municípios de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Marília, Piracicaba, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Votuporanga.
Os pesquisadores levaram em conta não apenas os números confirmados de pessoas infectadas, mas o risco de dispersão devido à influência econômica e social que a cidade exerce na região e a possibilidade de subnotificação.
“Temos estudado na Unesp, junto com modeladores matemáticos e geógrafos da saúde, os modos de dispersão da doença no estado de São Paulo e percebemos que algumas cidades-polo precisam de um isolamento ainda maior, de forma a reduzir a interiorização desse vírus e a sua dispersão pelo estado”, disse o professor Carlos Magno Fortaleza, epidemiologista da Faculdade de Medicina da Unesp, no campus de Botucatu, que participa do trabalho.
Segundo informações divulgadas pela Unesp, com base nos boletins da Secretaria de Estado da Saúde, a pandemia de covid-19 avança rumo ao interior paulista e atingiu cerca de 20% dos municípios de São Paulo. A pesquisa aponta ainda que existe uma difusão hierárquica do vírus, que vai se espalhando de cidades maiores para as menores.
RADAR COVID-19
A análise e mineração de dados referentes à disseminação de covid-19 no interior do estado faz parte de uma iniciativa recém-lançada de pesquisadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Unesp, chamada Radar Covid-19, e tem o objetivo de colaborar com a antecipação de ações para combater a propagação da doença.