O Saema (Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras) começa a pré-operação do sistema alternativo de tratamento de esgoto nesta quinta-feira (23), com o desvio de esgoto para a lagoa de aeração. O sistema entra em operação ainda este mês, com capacidade para tratar até 400 litros de efluente por segundo.
A ação tem como objetivo produzir as bactérias que, por meio de consumo de matéria orgânica, farão o tratamento do esgoto. A previsão é que esse processo leve alguns dias. Para minimizar eventuais transtornos, o Saema fará a aplicação de inibidor de cheiro, que tende a ser forte nos primeiros dias. Os aeradores serão instalados na próxima segunda-feira (27) e, para que isso ocorra, a lagoa de aeração já deverá estar cheia.
As obras estão na fase final e acontecem paralelamente à construção da nova ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). O sistema alternativo vai antecipar o processo até que a nova Estação seja concluída e, com isso, fazer com que Araras deixe de despejar esgoto sem tratamento adequado nos rios, resolvendo um problema que vem se arrastando desde 2015.
Quando a nova ETE entrar em funcionamento, o sistema alternativo deixará de operar, mas poderá ser usado em eventuais manutenções da Estação principal para que o tratamento não seja interrompido.
Com ele, a cidade vai tratar 100% do esgoto coletado, com até 70% de remoção de matéria orgânica. Esse é mais um dos compromissos assumidos e concretizados pela atual administração.
“Esse é um trabalho sério, que vem sendo realizado com muita responsabilidade pelo Saema e pela Prefeitura. O sistema alternativo foi projetado para que Araras já volte a tratar o esgoto antes mesmo da conclusão da nova ETE, garantindo mais qualidade de vida à população e preservação do meio ambiente”, comentou o prefeito Junior Franco.
O sistema alternativo foi autorizado por órgãos ambientais do Estado e vai utilizar estruturas existentes no local, como estação elevatória, desarenador e lagoas de polimento que foram adaptadas. A obra é realizada por equipes da própria autarquia, com exceção apenas da instalação dos monges, estruturas para escoamento da água de superfície, que ficou a cargo da Construtora Augusto Velloso, responsável pela construção da nova ETE.
Como vai funcionar
De acordo com o projeto do tratamento alternativo, todo o esgoto que chega ao local vai passar pela estação elevatória e será encaminhado ao pré-tratamento, etapa responsável pela retirada de partículas sólidas mais pesadas do efluente. Em seguida, o esgoto segue até a caixa separadora, que vai dividi-lo em vazões iguais para cada uma das lagoas de aeração, equipadas com seis aeradores cada uma para aumentar a oxigenação e, consequentemente, a atividade das bactérias aeróbias responsáveis pelo tratamento.
Depois desse processo, as partículas restantes passam ainda por um processo de decantação na porção final das lagoas e, por serem pesadas, vão se acumular no fundo do local, fazendo com que o líquido resultante – já tratado – fique na superfície. Ele, então, é escoado por meio dos monges e da tubulação e direcionado até o rio.
“Este é um sistema alternativo, mas muito importante e eficiente para reduzirmos a poluição ambiental. Ele foi projetado com todo cuidado e com aval de órgãos ambientais”, completou o vice-prefeito Carleto Denardi, ex-presidente da autarquia.
Nova ETE
A construção da nova Estação de Tratamento de Esgoto também segue dentro do cronograma previsto, com obras acontecendo paralelamente ao sistema alternativo. Os trabalhos se concentram atualmente na finalização dos dois decantadores, que fazem parte do projeto apresentado pelo Saema e aprovado pelo Governo Federal. Equipes da Construtora Augusto Velloso, vencedora da licitação e responsável pelo serviço, já finalizaram a lagoa de aeração, que foi revestida com geomembrana para evitar a contaminação do solo, e seguem também na construção do sistema de pré-tratamento, que vai receber o material bruto e fazer as primeiras intervenções para que ele seja purificado.
A nova ETE começou a ser construída no final de 2018 e tem previsão de entrega até o final de 2020. Complexa e realizada em etapas, a obra atende às exigências da legislação ambiental e conta com a supervisão de técnicos do Saema. Os serviços são realizados pela construtora Augusto Velloso, vencedora da licitação.