Dólar anda de lado no último pregão, mas acumula alta de mais de 29% no ano

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O último pregão de 2020 foi espelho do movimento do dólar ao longo do ano. Em uma única sessão, a moeda americana subiu, caiu e andou de lado. No fim, subiu levemente 0,17% para R$ 5,1915 apesar do otimismo no exterior com vacinação contra Covid-19 e pacote econômico nos Estados Unidos. Com isso, a divisa acumulou alta de mais de 29% no ano.

Dessa forma, o real tem o segundo pior desempenho de uma lista com 33 moedas contra o real, perdendo apenas para o peso argentino, que se desvalorizou 40,56% no ano.

A montanha-russa cambial se deu por uma série de motivos, mas o principal deles foi a eclosão da crise sanitária mundial. “No começo do ano, não tínhamos ideia do que estava por vir. A pandemia mudou o cenário completamente”, afirma Sérgio Zanini, gestor da Galapagos Capital.

De fato, os economistas previam no boletim Focus de janeiro que o câmbio encerraria em R$ 4,09. Nada mais longe disso. No auge das incertezas, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,90, o que fez com que economistas, como André Perfeito, vislumbrassem que encerraria o ano em R$ 6.

Mesmo depois figurar entre os piores desempenhos globais, o real ainda deverá mostrar fragilidade em 2021, podendo ficar novamente atrás de seus pares e manter seu desalinhamento negativo, com analistas citando dúvidas fiscais e o baixo retorno da moeda como fatores negativos.

No cenário-básico dos analistas, a economia não recuperará no próximo ano a queda prevista para 2020, os juros não subirão tanto e o cenário para as contas públicas continuará suscetível a intempéries e sem aprovação de reformas estruturantes, combinação que deixa o real apenas com o vento favorável do exterior.

Pelas estimativas do Bank of America, o real apreciará 1,4% em 2021, enquanto as principais moedas emergentes da Ásia –que já foram menos golpeadas em 2020 que os pares– vão subir em média 3%. Já o rublo russo ganhará quase 9% (após perder 16% neste ano), o rand sul-africano ficará praticamente estável (depois de queda 5% em 2020) e o peso mexicano cairá quase 10%, após recuar 5% neste ano.

Zanini, no entanto, está mais otimista. “Se em 2020 o real foi uma das piores moedas, pode ser que em 2021 seja uma das melhores”, afirma. Para o especialista, é possível que a divisa brasileira termine o ano cotada em R$ 4,20, o que representaria um avanço de 20%.

O otimismo se explica pela volta da normalidade esperada para 2021. Com a vacinação em massa, pondo um fim à pandemia do novo coronavírus, e a retomada do comércio global com a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, é possível que o Brasil se destaque no ano que vem com aumento das exportações, em especial, de commodities metálicas.

Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, lembra que o dólar se valorizou frente a todas as moedas — não foi algo específico do real. Mas o que contou para que a divisa brasileira figurasse entre os piores desempenhos está a incerteza política e a incerteza fiscal. Logo, são esses os motores para a alta ou para a baixa no ano que vem.

“O investidor estrangeiro não avalia apenas se uma ação deve subir ou não. Leva em consideração o que vai acontecer com o câmbio. Logo, fica de olho no risco-país que atualmente está totalmente atrelado à questão fiscal do país”, explica.

Já o Santander projeta que a moeda norte-americana fechará 2021 em R$ 4,60 ou R$ 6,70. Quem vai definir a direção, para cima ou para baixo, é o governo (e o Congresso), à medida que as reformas entendidas como essenciais para a economia avançarem ou não no ano que vem.

“Levamos em conta cenário de retomada da economia global, volta do multilateralismo com Joe Biden, de que o Brexit vai passar e de que a guerra comercial não apenas não vai escalar, como vai perder alguns decibéis”, disse Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil, citando que essa combinação de fatores ajudaria na volta do fluxo estrangeiro ao Brasil.

Esse quadro, combinado com uma redução de riscos fiscais via comprometimento com o processo de consolidação fiscal e respeito ao teto constitucional de gastos, poderá reduzir os prêmios de ativos brasileiros em geral, levando o real a se fortalecer de forma “mais pronunciada”, avaliou o Santander.

“Mas se tivermos uma ‘derrapagem’ fiscal, poderemos ter uma depreciação bem acentuada do real. Temos um problema fiscal grave e, para não termos abortada essa recuperação que se inicia, precisamos ter sinais claros da classe política de sustentação ao cenário fiscal por meio de manutenção do teto e recuperação das reformas”, concluiu Vescovi.

(Com Reuters)

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