Remontagem da trupe, que mistura diversas linguagens artísticas e reflete a valorização da vida, será apresentada na sexta-feira (9/9), às 19h30, no Teatro Estadual de Araras. A entrada é franca.
Qual o verdadeiro sentido da vida? A resposta para essa questão um tanto enigmática pode ser refletida sob a ótica da biologia, da filosofia, da teologia e, claro, das artes. Aliás, é justamente a partir do prisma artístico que se propõe a Cia. Corpo Mágico ao levar à cena o espetáculo circense contemporâneo VIDA, em cartaz sexta-feira (9/9), às 19h30, no Teatro Estadual de Araras, em Araras (SP). A entrada é franca (Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação).
Contemplada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), a partir do edital Expresso Direto – Circo, a temporada de VIDA também passará por Paulínia, Campinas e Sorocaba. Após a encenação do espetáculo, os artistas da trupe (Daniela Helena, Fausto de Oliveira, Beatriz Mendes e Gabriel Manzini) participam de um bate-papo com a plateia sobre a temática Valorização da Vida, que está em sintonia com o movimento Setembro Amarelo, campanha de prevenção contra suicídio.
Por sinal, como destaca Daniela Helena, acróbata e diretora da montagem, esse é justamente o objetivo do espetáculo: a ode ao viver. “Por meio das artes, queremos ajudar as pessoas a refletirem sobre a valorização da vida, em como elas podem trazer uma mensagem positiva ao seu cotidiano e das pessoas que estão ao seu redor, além de combaterem qualquer tentativa que coloque em risco o seu bem viver. Por isso, nada melhor do que reviver em cena os encantos de cada uma das etapas da vida”, avalia a artista.
Ou seja, para trazer o tema à cena de forma poética e reflexiva, o espetáculo, que estreou em 2017, propõe como fio condutor as fases da vida (do nascimento ao amadurecimento), bem como os sentimentos característicos presentes em cada uma delas, demonstrando que a vida é cíclica. “E chegar a esse resultado demorou aproximadamente um ano e meio. Apesar de a ideia inicial ser minha, as cenas foram sendo construídas de uma forma coletiva, cada um contribuindo, com suas vivências e experiências, para a concepção dos melhores movimentos”.
Ao longo da montagem, com 55 minutos de duração, o quarteto de artistas possibilita o encontro entre o teatro de sombras e as acrobacias aéreas, linguagem muito cara à trupe. Destaque ao doble tecido, ao adágio acrobático dinâmico, ao rope skipping (manobras com cordas de pular) à lira e ao cubo aéreo. “Trata-se de um espetáculo intenso e que demanda um condicionamento físico muito grande por parte dos acrobatas. Afinal, cada movimento pensado precisa ser executado com a qualidade e a emoção sugeridas pela história”.
Não por acaso, a partir dessa pluralidade cênica e de excelência, cada virtuose ou linguagem tem a hora certa para ganhar os holofotes. Fausto de Oliveira, acróbata e fundador da companhia, dá alguns spoilers: “O sentimento de mãe e filho é representado por uma coreografia em doble tecido, já o de liberdade da juventude é exemplificado com acrobacias coletivas e com uma performance na lira. E o da maturidade? O cubo representa a consciência que olha de modo firme e ordenado para todos”, destaca o artista.
A mesma concepção está presente na linguagem do teatro de sombras, projetado pelo quarteto em uma tela de 6 metros de altura por 6,60 metros de largura. “As sombras extrapolam o físico para narrar o impossível. Por isso, trazem a possibilidade de expressar o inimaginável, o fantástico, ou seja, tudo aquilo que está no interior da mente, em meio aos nossos pensamentos. Como, por exemplo, representaríamos um bebê dentro da barriga? São imagens com objetos, metáforas com gestos e silhuetas dos corpos dos artistas que compõem essa forma peculiar e híbrida de narrar a nossa história”, conta Daniela.
Bate-papo
Após as apresentações, os acrobatas da Cia. Corpo Mágico convidam o público para um bate-papo sobre a Valorização da Vida, que se contrapõe ao suicídio. Trata-se de um momento dinâmico em que o quarteto reflete as potencialidades da vida com a plateia. Ah, claro, também escuta a voz dos espectadores.
“Com o calor à flor da pele, destacamos a beleza de cada fase da vida e dialogamos sobre o que acabamos de vivenciar. Essa troca é muito importante porque ela possibilita que todos falem sobre a representatividade de cada etapa da vida e os dilemas ou angústias presentes nesses momentos. Falar e ouvir se tornam uma acolhida”, destaca Daniela.
A trupe
A Corpo Mágico nasceu em setembro de 2006 para atender às necessidades do mercado de trabalho, atuando como prestadora de serviços artísticos e culturais e realizando eventos circenses seguindo a linha do Circo Clássico e Performático por meio de espetáculos, apresentações, oficinas e vivências pedagógicas.
Atualmente, a trupe, coordenada pelos artistas Daniela Helena e Fausto de Oliveira, traz no repertório três espetáculos: Espetáculo Circense Clássico, Melodia de um Sonho e VIDA, que já foram apresentados em diversos festivais circenses e teatros espalhados pelo Brasil, além de uma temporada em Angola, na África.
SAIBA MAIS
O quê: Espetáculo circense contemporâneo VIDA, da Cia. Corpo Mágico
Quando: Sexta-feira (9/9), às 19h30
Onde: Teatro Estadual de Araras (Av. Dona Renata, 4901, Vila Pastorello, em Araras | SP)
Quanto: Entrada franca (Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação)
Informações: @ciacorpomagico