A Santa Casa de Misericórdia de Araras ainda aguarda decisão da Diretoria Colegiada da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para que o Plano São Luiz Saúde possa voltar a receber novos beneficiários. Isso não afeta a rotina de clientes, que continuam recebendo atendimento normalmente.
Há cerca de cinco meses a ANS determinou que houvesse a “separação” dos CNPJs da Santa Casa e do Plano São Luiz Saúde. A Santa Casa foi forçada a decidir se manteria contas distintas entre Santa Casa e São Luiz Saúde, ou então seria obrigada a repassar a outro plano sua carteira de beneficiários.
Desde abril deste ano o São Luiz Saúde não tem recebido nenhuma nova adesão. Em consulta ao site da ANS a informação é que todos os planos do São Luiz, de fato, estão suspensos. São 28 planos de Saúde distintos entre 23 novos e 5 antigos.
O São Luiz garante que já atendeu a todas as demandas da ANS, e apenas aguarda uma resposta positiva da agência para que volte a receber novos adeptos. “O São Luiz Saúde já constituiu uma nova empresa e já possui um CNPJ”, informa a Santa Casa, em nota. O São Luiz também enviou toda documentação solicitando a autorização de funcionamento para ANS, ainda em 30 de maio.
Porém, em 8 de junho a ANS solicitou informações complementares, “as quais foram remetidas para a mesma em 21 de junho”. Já em 8 de agosto o Sâo Luiz recebeu “nova solicitação de documentos complementares”. A entidade ararense voltou a entregar documentos à ANS, dessa vez em 28 de agosto. “Desde então, não houve nova solicitação de documentos, o que nos leva a crer que a documentação está de acordo com as exigências da ANS”, ponderou o São Luiz à Tribuna.
Mesmo tendo respondido a todos os pedidos da ANS, a operadora do plano de saúde ainda não foi autorizada a voltar a receber beneficiários. “Estamos aguardando a publicação da autorização de funcionamento no DOU (Diário Oficial da União) a qualquer momento”, explica a entidade.
Contas do hospital e do plano eram únicas
Antes da separação de CNPJs exigida pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Araras mantinha sob mesmo registro o convênio, o São Luiz Saúde, e seus outros órgãos. Porém houve imposição da Diretoria Colegiada da ANS para a separação, ou que houvesse a alienação da carteira de beneficiários do plano de saúde (o que sempre foi rechaçado dentro da irmandade ararense).
A separação era exigida já que o São Luiz Saúde acaba cobrindo déficits da Santa Casa – enquanto o plano é superavitário, a instituição, que atende majoritariamente pelo SUS, é deficitária. E no fim das contas, muitas vezes os “lucros” do plano de saúde acabam repassados para fechar os gastos que nem são do plano. Esta situação é considerada perigosa, justamente por misturar contas do plano e do SUS.
Por isso, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) sempre exigiu que os planos de saúde pelo país afora fossem rentáveis.
Fonte: Tribuna do Povo – Site