Human Rights: Bolsonaro tentou sabotar medidas de saúde no combate à Covid-19

Categoria Brasil Publicado em

Segundo o Relatório Mundial 2021 produzido pela Human Rights Watch, organização internacional não-governamental referência em pesquisas sobre direitos humanos, o presidente Jair Bolsonaro “tentou sabotar medidas de saúde pública destinadas a conter a propagação da pandemia da Covid-19”.

A entidade realiza, anualmente, uma revisão dos direitos humanos ao redor do mundo. A 31ª edição do documento, divulgado nesta quarta-feira (13), acrescenta que “o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso e governadores defenderam políticas para proteger os brasileiros da doença”, em contramão ao presidente.

No capítulo sobre o Brasil, o sobrenome de Bolsonaro é mencionado 19 vezes. O documento é separado em 12 temas, e o presidente é citado em seis deles: “Covid-19”, “Direitos de mulheres e meninas”, “Liberdade de expressão”, “Meio ambiente e direitos dos povos indígenas”; “Abusos da ditadura” e “Principais atores internacionais”.

Na introdução, a entidade cita algumas dessas questões. Sobre meio ambiente, a Human Rights Watch afirma que “o governo Bolsonaro tem enfraquecido a fiscalização ambiental, na prática dando sinal verde às redes criminosas envolvidas no desmatamento ilegal na Amazônia e que usam a intimidação e a violência contra os defensores da floresta”.

O documento acrescenta que “Bolsonaro acusou, sem qualquer prova, indígenas e organizações não governamentais (ONGs) de serem responsáveis pela destruição da floresta”.

Veja abaixo alguns dos pontos abordados pelo relatório.

Covid-19
O relatório aborda pandemia do novo coronavírus, afirmando que “Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de ‘gripezinha’; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor, disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social”.

O texto diz, ainda, que seu governo “tentou restringir a publicação de dados sobre a Covid-19”, cita a demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, substituído por Nelson Teich. “Seu substituto deixou o cargo no ministério em razão da defesa do presidente de um medicamento sem eficácia comprovada para tratar a Covid-19.” Atualmente, o ministro da Saúde é Eduardo Pazuello.

Direitos de mulheres e meninas
A Human Rights Watch inicia esta parte do relatório afirmando que a Lei Maria da Penha, de 2001, “foi um passo importante no combate à violência doméstica, mas sua implementação tem sido falha”.

O documento retoma que em junho, o governo Bolsonaro exonerou dois servidores públicos que editaram uma nota técnica que recomendava a manutenção dos “serviços de saúde sexual e reprodutiva durante a pandemia, incluindo ‘abortamento seguro para os casos previstos em Lei'”.

“Em agosto, o governo Bolsonaro ergueu novas barreiras ao acesso ao aborto legal, incluindo uma portaria que obriga profissionais de saúde a notificarem a polícia quando sobreviventes de estupro buscarem interromper a gravidez”, acrescenta o relatório.

Liberdade de expressão
“Em março, o presidente Bolsonaro suspendeu os prazos para órgãos e entidades do governo federal responderem aos pedidos de acesso à informação”, cita o documento.

O relatório cita ainda a organização não-governamental britânica Artigo 19, que monitora direitos humanos desde 1987. “Desde que tomou posse, o presidente Bolsonaro, autoridades de seu governo e outros políticos aliados ao governo proferiram ataques a jornalistas mais de 400 vezes, de acordo com a Artigo 19”.

O texto cita a ocasião em que Bolsonaro ameaçou um jornalista em 2020, quando disse que queria “encher tua boca de porrada”.

Meio ambiente e direitos dos povos indígenas
“Desde que tomou posse em janeiro de 2019, Bolsonaro enfraqueceu a fiscalização das leis ambientais”, diz o relatório.

“O presidente Bolsonaro chamou as ONGs que trabalham na Amazônia de ‘câncer’ que ele não consegue ‘matar’ e as acusou, sem nenhuma prova, de serem responsáveis pela destruição da floresta amazônica”. O documento retoma, ainda, que o presidente culpou a população da Amazônia pelas queimadas na floresta.

“Em fevereiro de 2020, o presidente Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para abrir territórios indígenas ao garimpo, hidrelétricas e outros projetos com grandes impactos ambientais”, cita o texto.

Os abusos da ditadura
O relatório afirma que Bolsonaro “elogiou repetidamente a ditadura”. “Em outubro, seu vice-presidente, um general da reserva, expressou sua admiração por um coronel falecido, identificado como comandante de um centro de tortura”, diz a Ong.

Principais atores internacionais
Nesta seção do relatório, a Human Rights Watch cita o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e sua preocupação quanto a ataques contra defensores dos direitos humanos.

“Cinco relatores da ONU disseram que o Presidente Bolsonaro tem minimizado as violações dos direitos humanos durante a ditadura e alertaram para a disseminação de ‘desinformação’ sobre o regime militar.”
O texto fala ainda sobre a hesitação de líderes europeus sobre a realização de um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. “Eles disseram que as políticas ambientais do governo Bolsonaro colocam em questão a disposição do Brasil em cumprir os compromissos ambientais”.

Reposta do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Em publicação emitida pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado atualmente por Damares Alves, o órgão afirma que o relatório “ignora medidas adotadas pelo governo para proteger direitos humanos na pandemia”.

O documento cita a criação do Plano de Contingência para Pessoas Vulneráveis como forma de ajuda do governo aos “desdobramentos socioeconômicos” ocorridos na pandemia. Também destaca que quase todo o orçamento concedido à pasta durante a pandemia foi aplicado.

A resposta envolveu detalhes orçamentários de projetos empenhados pelo Ministério no auxílio de grupos como crianças e adolescentes, mulheres e idosos.

Alguns exemplos citados foram: repasses para o Sistema de Assistência Social (Suas), que abriga crianças e adolescentes, disponibilização de recursos para o combate à violência contra a mulher, criação de hospital de campanha em Boa Vista para atender a população indígena, entre outros.

O proununciamento não comentou diretamente as afirmações direcionadas a Bolsonaro.

Você também pode ler:

Equipe Los Atômicos é recebida com festa em Araras

Na tarde desta quarta-feira (24), um grupo de estudantes de Araras (SP) que conquistou um título inédito no maior

Read More...

Maior parque de infláveis da América Latina estreia em PIRACICABA dia 1ª de Maio, quarta-feira de FERIADO NACIONAL!

Parque Gloob Super Jump estará com seus brinquedos gigantes no Shopping Piracicaba Estamos falando do Parque Gloob Super Jump, parque temático de

Read More...

Abril Azul – CIPA do Saema promove palestra de conscientização sobre o autismo

A CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes) do Saema (Serviço de Água e Esgoto do Município de Araras)

Read More...

Mobile Sliding Menu