A Câmara de Araras aprovou na última segunda-feira (16) a concessão do título de cidadão ararense ao deputado federal Nelson Marquezelli (PTB). O vereador José Roberto Apolari (PTB) propôs há mais de dois meses a entrega da cidadania ararense ao deputado pirassununguense. A proposta ganhou repercussão e o assunto não foi mais debatido abertamente na Câmara ao longo do período; porém ontem, quando a Câmara divulgou a pauta da Sessão (por volta das 16h) o assunto voltou à tona.A Câmara de Araras aprovou na última segunda-feira (16) a concessão do título de cidadão ararense ao deputado federal Nelson Marquezelli (PTB). O vereador José Roberto Apolari (PTB) propôs há mais de dois meses a entrega da cidadania ararense ao deputado pirassununguense. A proposta ganhou repercussão e o assunto não foi mais debatido abertamente na Câmara ao longo do período; porém ontem, quando a Câmara divulgou a pauta da Sessão (por volta das 16h) o assunto voltou à tona.
Como de praxe nesse tipo de tema, um pouco antes da sessão os vereadores se reuniram e contabilizou-se informalmente os votos – eram necessários 8 votos favoráveis à propositura. O vereador Jackson de Jesus (Pros) foi o único a contrariar a proposta de cidadania ao influente deputado.
Já os vereadores Apolari, Romildo Borelli – Baiano (PSD), Francisco Nucci (PR), Marcelo de Oliveira (PRB), Deise Olímpio (PSC) e Regina Corrochel (PTB) não se abateram com a pressão contra a proposta e deixaram claro que votariam a favor da concessão da cidadania. Como os votos são secretos, não se sabe os votos de Carlos Jacovetti (Rede), Pedro Eliseu Sobrinho (DEM), Anete Casagrande (PSDB), Eduardo Elias – Du (PHS). Contudo, como Jackson de Jesus votou contra a cidadania, ao menos metade dos quatro últimos votou a favor da cidadania a Marquezelli.
Até houve uma tentativa, no dia da votação, de nova pressão contra a Câmara para que não concedesse a homenagem ao deputado. Num grupo de Facebook destinado aos ararenses, uma “enquete” realizada ainda ontem, momentos antes da votação secreta, indagou aos usuários quem era a favor e quem era contra a entrega do título – até o início da tarde de terça-feira cerca de 700 pessoas se diziam contra, 75 indiferentes e apenas 3 favoráveis.
Um abaixo assinado feito pelo PSol de Araras (liderado pelo professor Claudio Armelin Melon) também tentou pressionar os edis contra a propositura, mas ela acabou aceita.
A mesma proposta havia sido feita por Romildo Borelli – Baiano (PSD) em 2005 – na época o vereador estava no PTB. Contudo a maior parte dos vereadores da época rejeitou a homenagem. Segundo Baiano, apenas o então vereador Breno Cortella (PDT) assumiu que votaria contra a homenagem.
Já com claro sinal de que seu posicionamento seria derrotado, Jackson de Jesus cobrou que a Câmara deveria “dar a cara a tapa” e tornar a votação transparente. Francisco Nucci (PR) defendeu que a votação deveria ser secreta “para não criar constrangimentos aos homenageados” – apesar de que, mesmo com a votação secreta, são informados quando a cidadania a eles pretendida é rejeitada. Nucci, contudo, negou que a votação secreta na Câmara crie constrangimentos aos próprios vereadores.
Deputado polêmico
O nome de Marquezelli ganhou repercussão em Araras já que o deputado de Pirassununga se envolveu em algumas polêmicas em sua atuação como parlamentar. Marquezelli foi um dos votantes a favor da permanência de Michel Temer (PMDB) na presidência da República. Ele, aliás, foi um dos deputados indicados de última hora para ocupar cargo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e votar a favor de Temer. Numa manobra do governo Michel Temer, ele entrou no lugar de Arnaldo Faria de Sá na CCJ. O deputado federal foi, em 2014, o sexto mais votado em Araras, recebendo 1.396 votos na cidade.
Além disso o nome do deputado é comumente vinculado a frase de que “quem não tem dinheiro, não faz faculdade. Não tem dinheiro, não faz.”
A frase viralizou quando em um vídeo, quando foi perguntado sobre a situação das universidades no país, Nelson repetiu diversas vezes que, “quem não tem dinheiro não faz universidade” e em seguida concluiu: “os meus filhos tem e vão fazer”.
Depois dessa repercussão negativa, ainda à época, o deputado afirmou em nota que o ajuste da PEC “não retira nenhum centavo para a educação e para a saúde”, mas que por outro lado a aprovação da matéria irá possibilitar um freio em orçamentos inflados. Ele também disse que, “remédios amargos são necessários para um momento difícil”.
Ainda na segunda-feira Marcelo de Oliveira relembrou a repercussão da frase dita por Marquezelli, mas declarou que o foco não deveria ser o que Marquezelli “faz por Araras”.
Votos dos vereadores sobre título de cidadania ararense a Marquezelli
Declarou ser favorável* | Não declarou | Declarou ser contrário* |
José Roberto Apolari (PTB) | Carlos Jacovetti (Rede) | Jackson de Jesus (Pros) |
Romildo Borelli – Baiano (PSD) | Pedro Eliseu Sobrinho (DEM) | |
Francisco Nucci (PR) | Anete Casagrande (PSDB) | |
Marcelo de Oliveira (PRB) | Eduardo Elias – Du (PHS) | |
Deise Olímpio (PSC) | ||
Regina Corrochel (PTB) |
Fonte: Tribuna do Povo