A mãe de um aluno da Escola Estadual Dr. Cesário Coimbra, em Araras (SP), agrediu a diretora que teria dispensado o seu filho após uma suposta acusação de que ele estaria drogado, na quarta-feira (5). O jovem de 17 anos ainda foi transferido de escola sem aviso prévio, segundo a mãe.
“Não me arrependo de ter batido nela, eu sei o filho que eu tenho, ele já se submeteu ao exame de urina e a gente sabe que ele não usa. Por mais que eu esteja errada de ter levantado as minhas mãos para bater nela, eu também vou atrás dos meus direitos”, afirmou a mãe, que postou um relato que repercutiu nas redes sociais.
A reportagem tentou ouvir a diretora e outros membros da direção da escola, mas eles disseram que não tinham autorização para dar entrevista.
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino informou que repudia qualquer ato de violência e que o Conselho de Escola irá se reunir nesta semana para decidir as providências a serem tomadas. (veja o posicionamento completo abaixo).
Agressão
Segundo a mãe, seu filho voltou para casa na quarta-feira (10) logo após o início das aulas, contando que tinha sido expulso. De acordo com o adolescente, no meio de uma prova, a diretora teria entrado na sala de aula e o obrigado a sair usando a alegação que ele estaria drogado.
“Eles estão em semana de provas. Ele falou que estava sentado, fazendo [a prova], ela entrou na sala de aula, disse para ele se levantar, ele se levantou e ela disse que a roupa dele estava cheirando maconha e que ele estava sob o efeito de drogas, que era para ele pegar material e sair da sala de aula”, contou.
A mãe então foi até a escola para falar com a diretora e acabou a agredindo.
“Ela me recebeu educadamente, mas quando ela ficou sabendo que eu era a mãe do (omitido) e que eu queria saber como ela sabia que meu filho estava sob efeito de maconha, ela simplesmente virou as costas para mim e disse que não ia falar. Quando ela virou as costas eu dei um murro na cara dela. Não foi um só, foram vários”, disse.
A polícia foi chamada e foi registrado boletim de ocorrência de ambas as partes. A mulher disse que irá denunciar a diretora.
“A obrigação dela seria ligar para um dos pais, comunicar os pais. O meu filho é menor, ela mandou ele embora sem autorização, sem nada. Quem sabe agora ela não pense duas vezes antes de levantar uma calúnia de um aluno. Porque a escola é um lugar para acolher. A educação vem de casa, mas a escola é um ambiente de acolhimento, ela não pode chegar em qualquer um e apontar e humilhar”, afirmou.
Ainda segundo a mãe, o exame que prova que o jovem não usa drogas foi feito após o ocorrido.
Transferência
Nesta segunda-feira (10), o aluno voltou para a escola, mas, segundo a mãe, foi informado que teria sido transferido para outra escola e passaria a estudar no horário noturno.
Também neste segunda, mãe e filho foram ao Conselho Tutelar relatar o que aconteceu e foram encaminhados à Ordem dos Advogados do Brasil para entrarem com uma representação de danos morais e para tentar reverter a transferência de escola e período de estudo.
Diretoria regional se manifesta
A reportagem aguarda um posicionamento da Diretoria Regional de Ensino sobre a transferência do aluno. Leia abaixo a nota na íntegra do órgão sobre a agressão:
A Diretoria Regional de Ensino de Pirassununga repudia todo e qualquer ato de violência dentro e fora do ambiente escolar, assim como lamenta o ocorrido. A diretora da unidade registrou boletim de ocorrência. O Conselho de Escola irá se reunir nesta semana para decidir as providências a serem tomadas. A unidade já incluiu o caso na Plataforma Conviva (Placon). A DE está à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.
Fonte: Repórter Beto Ribeiro