O Google publicou um anúncio oficial em seu blog, nesta sexta-feira (18), recomendando que usuários de Android no Brasil alterem as configurações automáticas de data e hora.
Segundo a empresa, isso deve ser feito para não correr o risco de se perder na hora no domingo, caso os telefones atualizem para o horário de verão, que não está mais em vigor no país.
O horário de verão do brasileiro deveria acontecer entre este sábado (19) e domingo (20), com os relógios sendo adiantados em 1 hora, mas foi revogado pelo presidente Jair Bolsonaro, em um decreto assinado em abril.
Procuradas pelo G1, as operadoras de telefonia, representadas pelo SindiTelebrasil, informaram que “desprogramaram a alteração do horário de verão em suas plataformas, de acordo com o novo decreto presidencial”.
Em 2018, quando o horário de verão ainda estava em vigor, muitos usuários reclamaram que os relógios dos celulares mudaram a hora antes da data de início. Eles estavam no modo automático. É que, no ano passado, o horário de verão foi adiado de outubro para novembro, por causa das eleições.
Como desabilitar a configuração automática no Android:
– Entre no menu de configurações;
– Entre na opção “Sistema” (segundo o Google, dependendo do aparelho este passo pode ser pulado);
– Escolha as opções de “Data e Hora”;
– Desativa as funções “Data e hora automáticas” e “Fuso horário automático”.
Essas configurações podem ser mantidas até o dia 16 de fevereiro, quando o horário de verão chegaria ao fim, se ainda estivesse em vigor.
Alguns aparelhos podem não ser impactados neste final de semana, mas no dia 3 de novembro, que foi a data de início do horário de verão no ano passado. De acordo com o Google, valem as mesmas recomendações.
Os aparelhos que não fizerem mudanças no horário, segundo o Google, já foram atualizados pelos fabricantes, ou então estão seguindo regras enviadas pelas redes das operadoras de telefonia.
A mudança no horário de verão brasileiro impacta o banco de dados da Autoridade para Atribuição de Números de Internet (IANA), responsável por passar as informações para os smartphones.
Efetividade do horário de verão
O objetivo por trás da origem do horário de verão é aproveitar os dias mais longos para obter um melhor aproveitamento da iluminação natural, poupando recursos da matriz energética e reduzindo os riscos de apagões, principalmente no horário entre 18h e 21h, quando as lâmpadas dos espaços públicos são ligadas, boa parte da população chega em casa e parte do comércio, escritórios e indústria continua ativa.
Mas, nos últimos anos, mudou o padrão de consumo do país. Lâmpadas incandescentes foram substituídas por lâmpadas mais eficientes e o horário de pico de energia se deslocou do início da noite para o meio da tarde, por volta das 15h, devido ao aumento expressivo do uso de ar-condicionado.
Estudo do Ministério de Minas e Energia divulgado no ano passado já apontava para a perda de efetividade do horário de verão. Segundo a nota técnica, a adoção de outros instrumentos regulatórios, como a tarifa branca e preço por horário, podem produzir resultados mais relevantes para o setor elétrico.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o governo fez uma pesquisa que mostrou que 53% dos entrevistados pediram o fim do horário de verão. Não foram divulgados, entretanto, detalhes da pesquisa.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até abril de 2019, quando foi revogado por decreto.
O período de vigência do horário de verão era variável, mas, em média, durava 120 dias.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países — e atinge cerca de um quarto da população mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, Groenlândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida.