O dólar caiu, nesta quinta-feira (26), com as expectativas de novos estímulos econômicos por parte dos Estados Unidos, após os dados de emprego americanos terem sido muito abaixo das expectativas dos investidores. Na última semana (finda em 21 de março), 3,283 milhões de pessoas pediram seguro desemprego – superando o recorde anterior de 1982 – contra uma expectativa de 1,6 milhão.
“Os dados vieram tão ruins, que o mercado interpretou de uma maneira positiva”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
O bom humor do mercado teve reflexos diretos no mercado de câmbio, com a apreciação de moedas emergentes. Com isso, o dólar comercial caiu 0,7% e encerrou cotado a .4,997 reais. Já o dólar turismo recuou 0,8%, a 5,20 reais. Com isso, a moeda americana registrou a terceira queda consecutiva – o que não ocorria desde dezembro do ano passado.
Mais cedo, em entrevista ao site da CNBC, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que não ficaria “sem munição” para combater os impactos do coronavírus na economia.
Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, viu as declarações do Powell como decisivas para a mudança de direção dos mercados, que, no início da manhã, ainda estava negativa.
“O que está ditando o mercado são os planos econômicos dos governos e dos bancos centrais”, disse. Segundo ele, no momento, os dados econômicos estão causando pouco ou nenhum efeito sobre o preço dos ativos. “Estão defasados em relação ao que está acontecendo no mundo. Tem que esquecê-los agora.”
Em entrevista recente à Fox News, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou que o Fed poderia usar mais de 4 trilhões de dólares para dar suporte à economia americana. Somado ao pacote que está próximo de ser aprovado pelo Congresso americano, o montante chega a 6 trilhões de dólares.