A Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Araras foi oficialmente denominada Antonio Brambilla na noite da última quinta-feira (12), após solenidade realizada pela Prefeitura de Araras. A denominação atende à lei estadual nº 17.150, que foi publicada em setembro deste ano no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
A cerimônia contou com a presença do prefeito Junior Franco, da primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Daniela Franco, do vice-prefeito e presidente do Saema, Carleto Denardi, e da esposa Ângela Denardi, do diretor da Fatec de Araras, Marco Prezoto, dos alunos da Faculdade, vereadores, além da presença de familiares do homenageado, como o ex-prefeito Nelson Dimas Brambilla.
Depois de anunciar uma Fatec para Araras em 2013, o Governo do Estado assinou o convênio em 2015. A Prefeitura, então, ampliou o prédio, antes utilizado como sede do Senai, na Rua Jarbas Leme de Godoy, 875, José Ometto II. A reforma ficou pronta em 2016. O então governador à época, Geraldo Alckmin, implantou a Fatec em Araras em 2017. E, agora, em 2019, a Assembleia Legislativa oficializou a denominação de Antônio Brambilla por meio do projeto de autoria do deputado Ricardo Madalena, que deu origem à lei estadual nº 17.150, de 18 de setembro de 2019. A Fatec, hoje, conta com 200 alunos e dois cursos: Sistemas para Internet e Gestão Empresarial.
“O Antonio Brambilla deixou exemplo de seriedade e trabalho a todos que conviviam com ele. Oficializamos seu nome na Fatec de Araras, conforme lei estadual sancionada este ano. Que o exemplo de perseverança do seu Antonio norteie os jovens que frequentam a Fatec e encontram lá uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional”, disse o prefeito Junior Franco.
O ex-prefeito Brambilla falou em nome da família na solenidade e agradeceu a oportunidade de eternizar a memória do pai. “Ter o nome do nosso pai em uma unidade como a Fatec é motivo de muito orgulho. A educação é a única maneira que temos para transformar o mundo e, aqui, muitos jovens têm acesso a conhecimentos que ampliam as oportunidades no mercado de trabalho e na vida”, observou.
Patrono da Fatec
Como tantos e tantos brasileiros de seu tempo, Antonio Brambilla foi criado e começou a trabalhar na roça, pegando na enxada, literalmente, desde os 7 anos de idade. Mudou-se com os pais, Vicente e Maria de uma fazenda para outra, onde a família buscava basicamente a oportunidade de trabalhar nas lavouras para continuar sobrevivendo dignamente. Essa era, aliás, a opção para a maioria naqueles tempos.
Aos 21 anos, casou-se com Elisa com quem teve 7 filhos: Geralda, Marta, Maria, Antônia, Nelson Dimas, Rita, Salvador Messias e Elisa. A esposa, tão guerreira e destemida quanto ele, sempre o acompanhou na lida do campo, sem esmorecer nem mesmo com a chegada dos filhos. Ainda em meados do século passado, mudou-se com a mulher e os filhos para a cidade, adquirindo, com muito sacrifício e algumas economias, uma pequena casa época, no nascente bairro Belvedere. Já na região urbana, seu primeiro emprego foi na empresa Rodini, onde cuidava de todas as áreas verdes, incluindo horta e jardim. Tempos depois, passou a atuar como fiscal de uma empresa que transportava bagaço de cana para uma das maiores e até hoje mais importantes empresas de araras: a Usina São João.
A perseverança, a disposição e a vontade de melhorar as condições de vida de sua família o impeliam a novos desafios, e ele aprendeu a trabalhar como pedreiro, ofício que punha em prática, inclusive, na própria casa, aumentada e melhorada com o esforço dele, da esposa e dos filhos.
Assim como o apreço ao trabalho, Antonio Brambilla e a esposa Elisa compartilhavam da convicção de que os filhos tinham que buscar o conhecimento para prosperar na vida. Visão que, aliás, move os projetos da Fatec. Ele e a esposa não mediram esforços para apoiá-los nos estudos, orgulhando-se por respeitar as vocações de cada um, vê-los formados nas mais diversas áreas, contribuindo para o desenvolvimento de Araras e do País.
Antonio Brambilla, ao lado da esposa Elisa, foi à mola propulsora e a figura inspiradora aos descendentes, demonstrando que o esforço, a dignidade, conhecimento e o trabalho foram, são, e sempre serão o caminho para uma vida mais feliz e plena. Faleceu em 22 de junho de 2006, aos 87 anos, deixando saudades e boas lembranças aos que com ele conviveram.
